11.2.14

#Rabiscos: Bring the light


São sete horas da manhã e você já tem aqueles olhos de choro. Olhos de quem não dormiu bem, de quem acordou de duas em duas horas e olhava pro relógio contando quanto tempo de sono ainda tinha.
Os olhos se arrastam junto com você, mais um dia, sem lágrimas você espera, afinal já gastou todas elas na noite anterior.
Faz tempo que você tem esses olhos fundos, os olhos de choro que você escuta nas músicas nunca foram tão claros pra você.
Tanto tempo com eles que você sabe quem ninguém mais percebe, no começo te olhavam torto, você ouvia gente reclamando por você ser mole demais ou por não expor o motivo dos olhos molhados, mas agora eles evitam, e os que olham também estão molhados, as vezes você até acha que eles procuram conforto nos seus, percebem que não são os únicos.
Então você deixa eles olharem as lágrimas escorrerem "se ela não se matou ainda, porque eu tenho que fazer isso?" você torce pra eles pensarem nisso, torce pra que eles procurem conforto mesmo sem palavras, só nos seus olhos fundos, cansados e molhados.
Você continua o dia, as lágrimas secam de tanto que o vento bate na sua cara, a única parte boa do dia. A hora que você coloca a cabeça pra fora da janela e espera que o vento leve alguma coisa, nem que seja uma gota da próxima escuridão.
É uma espera sem fim quando o vento acaba, quando a escuridão chega e te deixa no canto do seu quarto gritando nem que seja por uma faixa de luz.
Começa mais um dia, mais um dia esperando que a luz fique um dia inteiro.


1 comentários:

Gabriela é paulistana, tem 17 anos e é uma libriana ao pé da letra. É viciada em tecnologia - está sempre conectada- e sonha em trabalhar com jornalismo de moda. É extremamente curiosa, gosta sempre de descobrir coisas novas. É uma blogueira de primeira viagem. "Tenho em mim todos os sonhos do mundo".

 
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